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O que é economia criativa?

A economia criativa compreende os setores caracterizados pelo uso intensivo do conhecimento, informação, criatividade e talento como principais matérias primas de seus bem e serviços. Esse é o caso do cinema, da música, da arquitetura, da moda, entre outros tantos que veremos adiante.

 

Para tentar refinar esse conceito, alguns autores também ponderam que os produtos dessa economia sempre possuem algum significado simbólico e são protegidos, principalmente, pelas normas de propriedade intelectual. Por esse motivo, ficariam excluídas aquelas atividades que são marcadas pelo uso das faculdades intelectuais de seus agentes, mas não seriam consideradas “criativas”, por exemplo, a advocacia, contabilidade, finanças, administração e a área de negócios em geral.

 

O marco inaugural para a economia criativa aconteceu em 1994, com o discurso de anúncio da política cultural Creative Nation, pelo então primeiro ministro australiano Paul Keaton. A intenção era adotar um programa que utilizasse os potenciais econômicos e transformadores da cultura como forma de promover o desenvolvimento e, concomitantemente, fazer frente aos malefícios da globalização.

 

Três anos depois, o primeiro ministro da Inglaterra Tony Blair anunciou a criação da Creative Industries Task Force, uma força tarefa do Department of Culture, Media and Sports (DCMS), instituída para mapear a participação das indústrias criativas na economia britânica. Identificou-se então que tais setores empregavam 1,4 milhões de pessoas, gerando 60 bilhões de libras por ano, cerca de 5% do GDP inglês. Os trabalhos do DCMS mostraram ao mundo o peso econômico e o papel estratégico da economia criativa.

 

Porém, somente em 2001 foi publicada a primeira obra a sistematizar e aprofundar o assunto. No livro “Economia Criativa: Como as pessoas Fazem Dinheiro com Ideias”, John Hawkins buscava explicar como o aproveitamento da imaginação e criatividade dos indivíduos serviria para gerar produtos de grande valor agregado. A obra já foi traduzida ao português e publicada pela M.Books.

 

Desde então, foram concebidos diversos modelos teóricos para tentar compreender e sistematizar quais eram os setores abarcados pela economia criativa. O Relatório de Economia Criativa da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) trouxe uma interessante sistematização das formas de classificar as indústrias criativas:

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No Brasil, a (hoje extinta) Secretaria de Economia Criativa, vinculada ao Ministério da Cultura, considerando que a economia criativa é economia do intangível, do simbólico, que se alimenta dos talentos criativos para produzir bens e serviços criativos, preferiu adotar um escopo mais restrito, deixando de fora alguns setores expressivos e estratégicos como softwares e videogames.

 

Obviamente, não existe classificação mais ou menos correta. Cada sociedade apresenta potencialidades no campo da economia criativa que variam de acordo com seu perfil socioeconômico e histórico-cultural. A despeito do esforço intelectual e teórico para a elaboração de conceitos e classificações coerentes, a escolha das indústrias que serão consideradas criativas é fundamentalmente política. Por isso, sem maiores prejuízos, ela também pode ser chamada de “economia da cultura” ou “nova economia”.

 

Fato é que as indústrias criativas ganharam destaque por seu excelente desempenho econômico e pelo seu valor estratégico nas políticas de desenvolvimento. Veremos esses assuntos com mais detalhes em nossos próximos textos no site.

 

Abraços e boas ideias!

 

Photo by Tim Arterbury. In: Unsplash.

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