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Unindo Comunidades e Cultura: o poder do engajamento

Katseye e Bagdex: esses nomes te fazem pensar em algo? Apesar de serem palavras baseadas em outro idioma, quero “traduzir” elas para você, pois a verdade é que estes são dois exemplos da força presente em criar uma comunidade antes de lançar um produto cultural.

Na verdade, algo que vem sendo debatido no setor de marketing é justamente como as comunidades têm tomado cada vez mais espaço quando falamos sobre negócios e marcas dos mais variados nichos. Então, vamos falar especificamente sobre esse recorte aplicado aos produtos culturais!

Quem são Katseye e Bagdex?

O Katseye é um grupo mundial de música, cunhado a partir da fórmula “k-pop”, com indivíduos participando de programas de trainees por um período extenso para aprimorar canto, dança e outras características essenciais para se tornar uma estrela do mundo da música.

Fruto de uma parceria entre a Hybe, gigante do mercado de entretenimento coreano por trás do grupo BTS (eu sei que você já ouviu falar deles), e a Geffen Records, gravadora norte-americana que assina com nomes como Enya, Guns N’ Roses e Kylie Minogue, o Katseye foi uma aposta alta das duas empresas para arrematar uma parcela grande do mercado internacional de música.

Bagdex é um jogo brasileiro de RPG do estilo monster taming (“domesticação de monstros” em tradução livre), algo similar à clássicos como a franquia Pokémon. O grande diferencial de Bagdex, além de ser fruto de crowdfunding, é que ele se passa em Brasilis, “um lugar familiar, mas totalmente diferente!”, que faz alusão direta ao Brasil, sua cultura, folclore e muito mais.

Rapidamente o jogo de monstrinhos ganhou espaço na mídia e foi conquistando o coração de um público apaixonado não apenas pela perspectiva de completar sua Bagdex, mas também dispostos a apoiar um produto 100% brasileiro.

Tanto Bagdex quanto o Katseye se beneficiam amplamente de uma comunidade que cresce cada vez mais ao redor de suas narrativas, novidades e, claro, produtos!

Mas, afinal de contas, o que é essa comunidade?

Se me permite o clichê, eu diria que nós, seres humanos, somos criaturas essencialmente sociais: nossa natureza é ouvir e compartilhar com os outros. Aprendemos, convivemos e construímos cultura juntos! E claro, temos uma necessidade abrasiva de fazer parte.

Em tempos de redes sociais, muitas vezes o isolamento se faz sentir na rotina. Entre a correria do trabalho e as mil e uma obrigações, nos vemos desejando ter algo para compartilhar, um grupo para pertencer e, por que não, algo para amar.

Nesse contexto, as comunidades crescem cada vez mais. Marcas ao redor do mundo investem em SAC 3.0 como ferramenta para trazer os consumidores para perto, focando em sua experiência. Influenciadores ganham espaço justamente por trazerem a sua própria comunidade para o jogo e, assim, emprestarem sua influência para quem pode pagar. Entre uma trend ou outra, nos identificamos com vivências, grupos, tribos e o que mais vier à sua cabeça.

Criar uma comunidade então, nada mais é do que reunir pessoas ao redor de algo. Tornar aquilo público e, em certa medida, deixar que os indivíduos sintam que tem poder de escolha. Que fazem parte.

O Katseye, nosso exemplo ali de cima, executou isso de forma exemplar… Ou melhor, a Hybe e a Geffen preparam a narrativa que vende: as garotas que competiam entre si foram colocadas num survival show chamado Dream Academy. Sob o olhar atento do público, elas precisavam performar e conquistar a audiência. Em contrapartida, a audiência votava, oferecendo benefícios para as favoritas.

De repente, as pessoas não apenas assistiam. Elas estavam envolvidas, opinavam, criavam conteúdo e trocavam figurinhas sobre quem deveria subir ou descer no ranking. O show que criou o grupo mundial chamado “Katseye” cunhou seus fãs, sua fiel comunidade, antes mesmo de ter as membros da formação final decidida.

E assim, antes que 6 garotas lançassem sua música para o mundo, milhares de fãs já estavam engajados em como elas poderiam revolucionar o pop.

“Viu a necessidade? Atenda!”

É nesse contexto que os produtos culturais se beneficiam diretamente de uma comunidade. Muitas vezes, essas pessoas podem nem ao menos ter contato direto com o produto cultural, mas as propostas de experiência, os conceitos por trás, são responsáveis por mover grandes massas.

Bagdex é a prova cabal dessa realidade. Fruto de crowdfunding, o jogo de monstrinhos é muitas vezes comparado com o Pokémon, mas reinventa a fórmula e conquista público através da identificação. Toda a identidade do jogo é inerentemente brasileira!

Você duvida? Então me diga se, ao olhar para o Caramelo, Bagmon que é mascote principal do jogo, você automaticamente não lembra do símbolo nacional do Brasil e sente um quentinho no coração?

São essas as narrativas que nos conectam e nos fazem criar uma comunidade. E isso é muito mais sobre como o público pode ser levado a se relacionar com o seu produto do que, necessariamente, sobre o item em si.

Criar comunidades então se torna, antes de mais nada, uma ferramenta para aumentar a longevidade de um produto, cultural ou não. Dos memes ao vocabulário, passando pela inserção na rotina, a co-participação e o lugar de pertencimento: cada item é um tijolo na construção de um produto que pode se vender antes mesmo de estar pronto.

Inclusive, isso nos faz pensar sobre uma outra realidade. Já percebeu como o valor de um produto é criado muito antes do produto em si? Na verdade, muitas vezes o cliente é moldado, para só então o produto ser criado… Mas isso é papo para outro dia!

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