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No BIG Festival, ANCINE diz estar estudando videogames com atenção

Agência afirma que procura entender o mercado e promover fomento, mas admite que regulamentação pode significar um ônus para o setor


Investimento em Games: Ancine Apresenta” foi o nome do painel da Ancine na edição 2018 do Brazilian’s Independent Gaming Festival em São Paulo, apresentado no dia 27 de junho. O palestrante, Guilherme Mendes Bomfim, é o responsável pela coordenação de Suporte Automático dentro da Superintendência do Desenvolvimento Econômico dentro da Ancine, braço que cuida da parte de investimentos promovidos pela Ancine ao setor audiovisual.

 

O BIG Festival acontece desde 2012 e é considerado o mais importante festival de jogos independentes da América Latina, no qual são organizadas palestras, premiações e workshops voltados para esse ramo da indústria de videogames.

O painel forneceu um panorama geral dos investimentos já feitos pela Ancine a desenvolvedores e produtores independentes de videogames, nos anos de 2016 e 2017. Guilherme relatou que, nas primeiras tentativas de fomento pela Ancine, havia muitos problemas na fase de qualificação dos projetos submetidos por parte dos desenvolvedores e produtores, que não conseguiam fornecer documentos adequados. Destacou que essa falta de “formalização” prejudicou muitos projetos no início, mas que atualmente esse problema tem sido atenuado.

 

Sobre o Grupo de Trabalho sobre Games criado pela Ancine no começo do ano, Guilherme afirmou que os objetivos dos estudos e pesquisas do Grupo giram em torno dos efeitos dos videogames no próprio mercado audiovisual e como os investimentos já promovidos incentivaram ou impactaram a produção de jogos eletrônicos no Brasil.

 

O Grupo também se dedica a pensar, em termos do Fundo Setorial do Audiovisual, em como os videogames podem ser tratados e considerados pelo Cômite Gestor da Ancine. O Plano Anual de 2018 previu R$ 35 milhões a serem destinados para jogos eletrônicos, valores que poderiam ser utilizados tanto em desenvolvimento, distribuição e produção de jogos – aumento bastante considerável, tendo em vista que os primeiros editais de fomento contavam com em torno de apenas R$ 10 milhões. Entretanto, como esses recursos seriam distribuídos e direcionados seria algo a ser estabelecido a partir das análises do Grupo de Trabalho.

 

Em uma das perguntas feitas pela plateia, Guilherme foi questionado acerca de como a Ancine faz uma análise qualitativa dos projetos, além da análise quantitativa, para verificar a efetividade das políticas públicas produzidas pela Ancine. Em sua resposta, afirmou que o que a Ancine tem para avaliar o mercado e definir as políticas públicas, em um primeiro momento, é justamente a avaliação dos projetos que estão sendo fomentados.
Também pontuou que um dos objetivos do Grupo de Trabalho é definir até que ponto a Ancine pode ou quer fazer coletas de dados de mercado junto aos desenvolvedores, lojistas e publicadores para definir os parâmetros da política pública, já que esse tipo de coleta e estudo implicaria a necessidade de uma “obrigação regulatória”, a qual a Ancine não detém por falta de base legal e normativa para tanto. Guilherme reconhece que seria benéfico a existência de uma dinâmica para jogos eletrônicos parecida com a que existe no mercado audiovisual (registro, controle, acompanhamento, depósito de contratos, etc.), mas também admite que isso significaria um ônus a esse mercado, “uma burocracia a mais“.

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